Morreu nesta segunda-feira, dia 20 de julho, aos 76 anos, a gestora cultural Lúcia Camargo, em decorrência de um AVC que sofreu no último sábado.
Natural de Curitiba, Lúcia formou-se em jornalismo e pedagogia e deu aulas na Universidade Federal do Paraná e na Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
No Paraná, ocupou os principais cargos da administração cultural pública, como diretora da Fundação Teatro Guaíra, presidente da Fundação Cultural de Curitiba e Secretária de Cultura do Paraná.
Em São Paulo, no início dos anos 1990, Lúcia Camargo foi diretora da Divisão de Teatro da Secretaria de Estado da Cultura. Mais tarde, entre os anos de 2001 e 2004, foi diretora do Theatro Municipal de São Paulo, em uma gestão que ficou marcada por seu dinamismo e que teve o maestro Ira Levin como regente titular.
Em 2006, mudou-se para Belo Horizonte onde participou da criação da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. No ano seguinte, assumiu a presidência da Fundação Clóvis Salgado.
Desde 2011 – com uma interrupção entre os anos de 2016 e 2018, quando foi secretária adjunta da Cultura do estado de São Paulo –, Lúcia Camargo era gestora na SP Escola de Teatro, onde criou projetos de formação e fez curadoria de residências artísticas.
Inúmeras postagens nas mídias sociais lamentaram a morte inesperada de Lúcia Camargo e atestam o reconhecimento que a comunidade cultural brasileira tem do trabalho por ela realizado. A amiga e colega Janete de Andrade, gestora da Capela Santa Maria em Curitiba, escreveu: “Mas gosto de falar e de pensar na Lúcia em seus outros lados que muitos nunca conheceram, como aquelas frases únicas que ela tinha o dom de fazer, que, em duas palavras, era capaz de determinar todo um contexto, palavras ao mesmo tempo carregadas de uma refinada ironia, sabedoria e humor. Ou da falta de distinção de importância das pessoas, pois ela poderia olhar para quem ficava nos bastidores dos teatros com o mesmo respeito ou com a mesma determinação que falava com alguém do alto escalão político. Tinha a mesma alegria de me apresentar a pessoas influentes ou me convidar para uma performance importante, como me telefonar em Curitiba para dizer que tinha trazido um queijo de Minas para o meu pai. Essas idiossincrasias faziam da Lúcia uma pessoa fascinante”.
Já Nelson Rubens Kunze, diretor-editor da Revista CONCERTO, afirmou: “Era impressionante a determinação e energia de Lúcia Camargo, bem como a sua retidão de caráter e sinceridade. A sua passagem pelo Theatro Municipal de São Paulo significou um forte impulso de realizações do teatro, que em sua gestão teve produções que marcaram época. A sua partida, além de muito triste, é uma grande perda”.
Lúcia Camargo era amiga e torcedora da Revista CONCERTO.
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Comentários
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Que triste notícia! Uma…
Que triste notícia!
Uma mente brilhante, fez tanto pela cultura brasileira. Um exemplo de mulher.