Retrospectiva 2021: Sidney Molina, violonista, professor e crítico de música do jornal Folha de S. Paulo
A perda inesperada de Nelson Freire – um dos mais importantes nomes da música clássica brasileira em qualquer tempo – imprimiu em todos um sentimento profundamente triste, que contaminou a percepção do que foi 2021. Por outro lado, felizmente, o ano termina com a memória de alguns ótimos concertos.
Se no primeiro semestre, marcado ainda por um número assustador de mortes pela Covid-19, predominaram iniciativas de espetáculos on-line (como as encomendas do Festival Amazonas de Ópera), no segundo semestre tudo parece ter voltado a uma certa normalidade que, esperamos, seja sustentável. Nesse contexto destaca-se a realização (presencial, com público) da complexa temporada da Osesp. A orquestra tocou com muita concentração, como se cada concerto fosse – para além da transmissão on-line – uma oportunidade única de dedicação à música. Para mencionar apenas um exemplo, ressoa ainda o concerto com Schönberg (Noite transfigurada) e Brahms (Concerto nº 1 para piano) regido pelo titular Thierry Fischer.
No Rio de Janeiro, foram marcantes o Pierrot lunaire (com Eliane Coelho e regência de Priscila Bomfim) e o magnífico recital de Fabio Zanon na Sala Cecília Meireles, com programa em homenagem a Julian Bream.
O violão esteve em alta também na pujante temporada (totalmente presencial) da Cultura Artística, agora alojada no moderníssimo Teatro B32, em São Paulo, enquanto a ópera começou a ressurgir na cidade com Piazzolla (Municipal) e Kurt Weill (Theatro São Pedro).
Pessoalmente, foi incrível sentir a energia de voltar a tocar com público presente na abertura da 41ª edição do Festival de Música de Londrina. E foi também intensa a atividade de gravações, com a preparação de dois novos álbuns que serão lançados em 2022, ano em que o Quaternaglia completará 30 anos de atividade camerística ininterrupta.
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