Retrospectiva 2021: Flávia Furtado, diretora executiva do Festival Amazonas de Ópera
Se o ano de 2020 paralisou completamente as atividades culturais, 2021 exigiu que o setor se reinventasse completamente. Foi preciso repensar tudo, abrir-se para novas linguagens e formatos, tudo isso ainda atravessando um cenário de pandemia e de muita incerteza. Mas a vontade de fazer foi forte o suficiente para nos motivar a encarar os obstáculos.
Foi assim, com coragem e criatividade que artistas, regentes, diretores, produtores e técnicos testaram novos limites para seus ofícios. Aprendemos a conviver com câmeras, paredes de acrílico, exames diários, máscaras e equipes reduzidas. Mas a alegria de poder voltar, de alguma forma, a trabalhar foi o nosso combustível.
Entre as tantas ideias incríveis que surgiram no setor da ópera e da música de concerto, o Festival Amazonas de Ópera (FAO) se propôs a assumir totalmente a nova realidade imposta pela pandemia e adequar inteiramente seu programa para as mídias digitais. Um desafio e tanto para um festival que acontece há 23 anos no palco de um dos teatros históricos mais antigos do país. Contudo, as experiências ousadas sempre fizeram parte da trajetória do FAO, que já havia levado suas produções para praças, comunidades do interior do Amazonas, escolas e até para as casas das pessoas, em formato de pocket ópera.
Em 2021, a ideia geral foi apostar radicalmente no novo. Três óperas foram compostas para o festival, especificamente pensadas para a exibição digital.
As filmagens aconteceram em locações diferentes, não no palco, utilizando mais abertamente os recursos cinematográficos. Um dos títulos foi inteiramente realizado em formato de animação. A 23ª edição do FAO também contou com uma ópera encenada por marionetes, cinco concertos, cinco recitais, três webinários, duas masterclasses e uma série de 14 vídeos educativos sobre os bastidores de uma produção operística. A melhor parte foi receber o público nas transmissões e perceber o enorme poder da arte, e da ópera em particular, para dialogar com o tempo presente.
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