Retrospectiva 2021: Fabio Cury, professor do Departamento de Música da ECA-USP e diretor da Orquestra Sinfônica da USP
À medida que o processo de imunização caminhou em 2021, viabilizou-se, paulatinamente, uma retomada cautelosa das atividades presenciais para instrumentistas de sopro como eu. Isso propiciou a realização de projetos que foram muito revigorantes e prazerosos, depois de tanto tempo de quarentena. Entre eles, as gravações das sonatas nº 4 e 5 (originais para violoncelo) de Beethoven com o pianista Cristian Budu e da Suíte brasileira (também original para violoncelo) com o próprio compositor, André Mehmari, ao piano.
Enquanto diretor da Osusp, este ano marcou o final de um ciclo de quatro anos de gestão que se encerrará no início de 2022. A administração de uma orquestra profissional de excelência dentro de uma universidade tem sido uma tarefa extremamente desafiadora, que impõe a necessidade de se obter um alto rendimento com recursos e estrutura bastante limitados. Espera-se da Osusp uma atuação arrojada, distinta e independente. Antecipando as efemérides do próximo ano com o Projeto 3x22, a sinfônica reforçou sua ação na divulgação da música brasileira e apresentou, somente no segundo semestre de 2021, a estreia de seis obras especialmente comissionadas pelo grupo a compositores de diversos estilos.
A Osusp também se engajou na defesa do meio ambiente participando do projeto internacional The uncertain four seasons, como ação integrada à COP 26 das Nações Unidas na rejeição à mudança climática.
Contudo, um dos momentos mais tocantes da temporada – e da história da orquestra - foi o concerto dirigido pela maestra Alba Bomfim, em que, pela primeira vez na música sinfônica brasileira, uma regente negra conduziu a estreia mundial de uma obra de compositor negro, João Carlos Rocha.
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