Retrospectiva 2021: Eliane Parreiras, presidente da Fundação Clóvis Salgado
Pública por vocação, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) volta a receber, após um período de reinvenções e aprendizados, a pulsão principal de suas engrenagens: seus espectadores. A felicidade do reencontro, com responsabilidade e alegria, regeu o ano de 2021 na instituição: crescemos e ampliamos sem romper o compromisso de um olhar afetuoso para dentro de nossa própria história.
Nesse ano, a FCS impactou um público de mais de 4 milhões de pessoas, por meio de atividades artísticas e formativas, em formato digital e presencial. Dessa forma, cumpriu seus princípios e objetivos, como democratizar o acesso à arte e garantir a oferta de produtos culturais de qualidade.
A retomada das atividades presenciais aconteceu a partir de julho de 2021, de maneira responsável, gradual e segura. Com ampla recepção do público, os artistas e os corpos artísticos da FCS foram ocupando novamente os palcos do Palácio das Artes, em um reencontro emocionado e cheio de energia.
Para celebrar os 50 anos do Palácio das Artes, foi inaugurada a exposição “Palácio das Artes: 50 Anos em 5 Atos”, que uniu arte e tecnologia à memória afetiva. Também foi criado o Portal Memórias, tendo o público e a sociedade como protagonistas (www.palaciodasartes50.com.br), entre outras ações.
Já a Temporada de Ópera On-line 2021, segunda edição do projeto, apostou no consistente e inovador Ateliê de Criação: Dramaturgia e Processos Criativos – formação gratuita sobre dramaturgia voltada para os profissionais da ópera. Consolidando o encontro dos profissionais selecionados pelo Ateliê, o processo culminou na montagem Viramundo – Uma Ópera Contemporânea, que reúne cinco produções de óperas (curtas e inéditas), inspiradas no livro O grande mentecapto, do mineiro Fernando Sabino. Realizada desde agosto, a Temporada de Ópera 2021 contou também com o concerto Stabat Mater – O Drama do Barroco Italiano e com a primeira apresentação na América Latina da ópera Tolomeu e Alessandro, ambos com presença de público. A temporada também contou com a publicação da série inédita de cinco episódios de Ópera! O podcast da música lírica, e com a mostra Cinema e Ópera, entre outras atividades.
Para 2022, a expectativa é que o setor cultural viva um período com mais vigor, oportunidades e parcerias em direção à retomada definitiva das atividades culturais. Entre os destaques e diretrizes da programação para o próximo ano estão a celebração do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, considerada um divisor de águas na cultura nacional; a valorização da produção cultural mineira; a continuidade e ampliação do fomento às produções contemporâneas brasileiras, especialmente na música sinfônica e em ópera; os projetos de transversalidade artística – de linguagens e estéticas; o fortalecimento do programa de mediação de informação, de conteúdo e crítica; além da ampliação dos programas formativos e respectiva expansão para o interior de Minas Gerais.
Um dos grandes destaques de 2022 será a produção, com estreia nacional, em Ouro Preto-MG e Belo Horizonte, da ópera Aleijadinho, com libreto de André Cardoso e música de Ernani Aguiar. A ação se passa entre os anos de 1789 e 1814 em Vila Rica, no momento da deflagração da Inconfidência Mineira e coloca em cena personagens que fazem parte da história do povo mineiro, que sonharam com a liberdade por meio do movimento precursor de nossa independência, personagens fundamentais para a construção da nacionalidade brasileira.
Em 2021, com o trabalho intenso de uma equipe dedicada, a Fundação Clóvis Salgado manteve suas diretrizes de atuação e ampliou seu impacto social, humano e econômico. Para o próximo ano, são grandes as expectativas e esperamos continuar estimulando reflexões, formando novas plateias e fortalecendo a cultura de Minas e do Brasil.
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