Retrospectiva 2021: Claudia Toni, especialista em políticas públicas para a cultura e assessora da Reitoria da Universidade de São Paulo
2021 foi um ano de transição e eu destaco somente três acontecimentos. Os sete pecados capitais, precedidos pelo Concerto para violino, ambos de Kurt Weill, coloriram meu novembro. Não bastassem a musicalidade e exuberância de Claudio Cruz, assisti à estreia de Alexandre Dal Farra nos domínios da ópera. Ainda que eu não tenha gostado igualmente de tudo o que ele propôs, sua ousadia e liberdade me deram esperança de que, pouco a pouco e sem descurar da música, o panorama da ópera poderá nos surpreender.
Cometo uma ousadia ao recomendar que todos tirem uns minutos para ler e refletir sobre a experiência liderada pela San Francisco Opera, na Califórnia, a partir da montagem de Fidelio e com o apoio de instituições que desenvolvem programas na prisão de San Quentin. E para que fiquem claras as minhas intenções, relembro que o Brasil tem hoje a terceira maior população carcerária do mundo e não me consta que alguma instituição musical tenha imaginado atividades que contemplem esse público.
Na companhia de Ricardo Castro, da clarinetista Amanda Müller, sua mulher, e de seu filho Benjamin, cruzei a Suíça em agosto para chegar à minúscula Maishofen, nos Alpes austríacos. Lá assisti a mais uma experiência inovadora de Jennifer Stumm, líder do Ilumina Music. Sob sua direção, seus jovens parceiros brasileiros, ao longo de uma semana, criaram um novo programa de música de câmara, promovido pela AIM – Academy for Impact Through Music. Estudantes europeus e latino-americanos experimentaram juntos que é possível e prazeroso construir um repertório e, a partir dele, fazer a melhor música de câmara do mundo. Vocês ainda vão ouvir falar muito deles!
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