Palácio das Artes estreia óperas inspiradas em livro de Fernando Sabino

O Palácio das Artes de Belo Horizonte apresenta na terça-feira, dia 21, o espetáculo Viramundo – uma ópera contemporânea. A obra é composta de cinco óperas curtas inspiradas no romance O grande mentecapto, de Fernando Sabino.

Elas foram criadas no âmbito do Ateliê de Criação: Dramaturgia e Processos Criativos, realizado sob a coordenação de Lívia Sabag e Gabriel Rhein-Schirato, que rege o espetáculo (a direção cênica é de Rita Clemente). O Palácio das Artes vai receber o público para a apresentação, que também será colocada na internet entre os dias 28 e 31 de dezembro.

Cinco libretistas foram selecionados para escrever os textos (o ateliê teve ainda vinte e cinco alunos ouvintes) sob orientação do poeta Geraldo Carneiro. Cada um teve como ponto de partida para a criação o texto de Sabino, sem a obrigação necessariamente de adaptá-lo de forma literal.

Os libretistas são Bruna Tameirão (O Julgamento), Djalma Thürler (Não gosto de corpo acostumado), Juliano Mendes (Vira Mundo, Vira Flor), Luiz Eduardo Frin (Circunvagantes) e Ricardo Severo (As três mortes de Geraldo Viramundo). Para musicar os textos, foram convidados os compositores André Mehmari, Antonio Ribeiro, Denise Garcia, Maurício de Bonis e Thais Montanari.

“Em torno do tema dramaturgia musical, montamos um processo de aulas, debates e experimentação de dinâmicas de trabalho, focando as várias camadas do processo, com presença de dramaturgistas europeus – função que aqui não existe –, criadores, pensadores e pesquisadores da ópera”, contou Lívia Sabag em entrevista a Luciana Medeiros, publicada na edição de dezembro da Revista CONCERTO.

"Os autores tocam em questões importantes a serem discutidas, como a própria temática central do livro, que aborda a história desse sujeito malvisto pela sociedade. Isso está presente em todas as cinco óperas, cada uma à sua maneira. É a partir desta temática que cada obra se revela. O tratamento diferenciado está na narrativa das obras, com estéticas, gêneros e abordagens diferentes. É essa narrativa que traduz a diferença", afirma Rita Clemente.

O espetáculo encerra a Temporada de Ópera on-line 2021 da Fundação Clovis Salgado, que contou ainda com mostra de cinema, concertos e a produção do podcast Ópera!.

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