Obra de Frank Martin sobre Tristão e Isolda ganha encenação no Rio de Janeiro

Oitenta anos após a estreia de Tristão e Isolda, de Wagner, o compositor suíço Frank Martin voltou-se à história para criar sua própria versão da lenda medieval, O vinho encantado. 

A importância da ópera de Wagner para a cultura ocidental é tamanha que as comparações se tornam inevitáveis. Mas o fato é que Martin criou uma peça profundamente original, que em sua origem se distancia da versão do autor alemão.

Sua fonte foi o Romance de Tristão e Isolda, de Joseph Bédier, e não a versão de Gottfried von Strasburg. E ele criou uma partitura de câmara que oferece uma caracterização das personagens feita de sutilezas e nuances. 

A obra será interpretada neste domingo no Salão Assyrio, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em sua estreia brasilera. A concepção e direção é de André Heller-Lopes, enquanto a direção musical fica a cargo de Priscila Bomfim, à frente de um elenco de doze jovens cantores e de um grupo de músicos da Orquestra Sinfônica Brasileira

“O vinho encantado é uma obra de formato original, transitando entre ópera e oratório: talvez a melhor forma de definir esta obra que transita entre luz e sombra seria chama-la de oratório profano. Nela, os cantores são ora vozes invisíveis que narram a ação e as emoções, ora protagonistas e personagens da célebre história do amor encantado de Isolda e Tristão. A encenação segue, assim, esses caminhos: vozes na escuridão que manipulam fios de luz, e cantores que entram num corredor de luz para defender seus papéis”, explica Heller-Lopes.

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