O Theatro São Pedro abre hoje sua temporada lírica com uma nova produção da ópera Dido e Eneas, de Henry Purcell. A direção cênica é de William Pereira e a direção musical, do maestro e violinista Luis Otavio Santos. A ópera é baseada em episódio da Eneida, de Virgilio, poema épico do século I. Nele, é narrada a história de amor entre o herói troiano Eneas e a Rainha de Cartago, Dido.
Os protagonistas serão vividos pela soprano Maria Cristina Kiehr e o barítono Johnny França. O elenco tem ainda a soprano Marília Vargas e o barítono Homero Velho. Pereira afirma que a montagem lida com três tempos diferentes: o século I de Virgilio, o século XVII de Purcell e do libretista Nahum Tate e o século XXI.
“Eu sempre parto, ao dirigir óperas, da ideia do aggiornamento, da atualização, da trama, mesmo que seja para abandoná-la depois. Aqui, me pareceu interessante pensar esses três tempos”, diz.
Para Pereira, o período barroco oferece liberdade aos intérpretes. “Eu sempre digo: dispenso o século XIX, podem me dar óperas dos séculos XVII ou XVIII. Há no barroco uma artificialidade, uma teatralidade com a qual gosto de trabalhar, buscando retrabalhar o gestual de uma forma contemporânea.”
Pereira trabalhou com a musicóloga Ligiana Costa como dramaturgista; Luís Fernando Bongiovanni assina a coreografia; os cenários são de Giorgia Massetani; a iluminação, de Caetano Vilela; os figurinos, de Olintho Malaquias; e o visagismo, de Tiça Camargo.
Luis Otavio Santos destaca a força da música. “A leitura da partitura é feita com os olhos abertos e curiosos, como se fosse a primeira vez que ela estivesse chegando até nós. Isso oxigena muitas coisas que pareciam empoeiradas e distantes e mostra que essa música tem coisas muito próximas de nós. Queremos trazer essa peça e mostrar ao público que essa voz é muito forte, por isso ela chegou até nós. O vigor e a genialidade mantiveram ela intacta”, explica.
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