Theatro São Pedro apresenta recital com obras de compositores negros

por Redação CONCERTO 04/06/2021

A soprano Erika Muniz apresenta neste domingo, dia 6, no Theatro São Pedro o recital I Too Sing, dedicado à obra de compositores negros, com presença de público e transmissão pela internet.

A apresentação faz parte da série Além da Canção, composta por quatro recitais, com curadoria do pianista Ricardo Ballestero. Na semana passada, apresentou-se a soprano Camila Titinger e, em seguida, será a vez de Luciana Bueno e Manuela Freua.

“O Ballestero me procurou para que pensássemos juntos a respeito de um programa e logo pensamos em fazer algo diferente”, conta a soprano. “No ano passado, eu já havia interpretado no São Pedro uma série de canções de autores brasileiros, mas queria explorar outros lugares. Ele então lembrou de uma peça de Jonh Carter, compositor norte-americano, e partimos para um programa com autores negros.”

Carter (1932-1981) foi pianista e compositor, e é conhecido em especial pela música vocal, na qual se destaca a Cantata que será apresentada no recital de domingo. É uma peça de quinze minutos de duração, assim como Atwood songs, da compositora cubana Tania León (1943), ciclo baseado em poemas da escritora Margaret Atwood.

O programa se completa com Five songs in counterpoint, da norte-americana Florence Price (1887-1953), que será interpretada pelo Quarteto de cordas do teatro. 

“Começamos com a peça da Tania Léon, com uma linguagem bastante contemporânea e, em seguida, vem o quarteto da Florence Price, que faz uma ligação com a peça do Carter. Porque ela também tem uma escrita moderna, mas utiliza também melodias dos negro spirituals, que foram inspiração para o Carter na Cantata”, explica a soprano.

Para ela, apresentar este repertório é importante. “Essas obras sugerem a visão eurocêntrica da música, mas também trazem a linguagem da música popular negra. A Tania León tem um pouco do jazz e a Price e o Carter, os spirituals. E a partir daí a gente vai descolonizando o repertório. Começamos a colocar os compositores negros em um novo patamar, mais alto, dando o reconhecimento e espaço que merecem. Há uma ideia de cânone e é importante mostrar que os negros também conversam com ele e que podemos estar onde quisermos, fazendo a música que quisermos fazer.” 

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A soprano Erika Muniz [Divulgação]
A soprano Erika Muniz [Divulgação]

 

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