Pianista Sylvia Thereza interpreta Gershwin com a Ospa

“Vários compositores têm rondado o jazz como um gato em volta de um prato de sopa, esperando que esfrie para poder saboreá-lo sem queimar a língua, acostumados apenas com os líquidos mais mornos destilados pelos cozinheiros da escola clássica.”

Assim o maestro Walter Damrosch escreveu após a estreia do Concerto em fá, de Gershwin. Foi ele o responsável pela encomenda da peça, na Nova York do início da década de 1920, escrita após o sucesso da Rhapsody in blue.

O concerto é um dos destaques da apresentação que inaugura, no sábado, dia 11, a temporada da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, na Casa da Ospa (a apresentação será transmitida ao vivo no canal do YouTube da orquestra). A solista será a pianista brasileira radicada na Europa Sylvia Thereza, que destaca o clima “para cima” da obra e a qualidade da orquestração realizada por Gershwin. 

No palco estará também a soprano Eiko Senda, solista nas Bachianas brasileiras nº 5, de Villa-Lobos. “Ouvi a peça pela primeira vez quando tinha apenas 25 anos, em Osaka, no Japão, e, quando a cantei pela primeira vez, estava grávida da minha segunda filha, Helena. Hoje, o passar do tempo, o amadurecimento e o conhecimento da língua portuguesa trouxeram um novo entendimento sobre ela. Estou muito emocionada por cantá-la agora que vivo em Porto Alegre”, diz a soprano.

O programa tem ainda as Bachianas brasileiras nº 8, de Villa, e Um americano em Paris, de Gershwin. A ideia, segundo o maestro Evandro Matté, diretor artístico da Ospa e responsável pela regência do concerto, era unir obras de dois autores que procuraram “inserir a música popular e regional de seus países na música de concerto”.

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