Filarmônica de Minas Gerais vai dos trópicos aos Alpes em encerramento da temporada

A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais encerra nesta semana sua temporada oficial de assinaturas. Nos dias 15 e 16, o grupo vai interpretar a Sinfonia tropical, de Francisco Mignone, e a Sinfonia alpina, de Richard Strauss.

De 1958, a Sinfonia tropical pertence ao final da fase nacionalista do compositor. “Ao longo de seus quase vinte minutos de duração, ela se desenvolve em vários quadros curtos, quase como uma fantasia, com coloridos singulares e atmosferas contrastantes”, escreve Guilherme Nascimento, professor da UEMG, no texto do programa das apresentações. 

“A temática brasileira se apresenta na escolha do tema principal, de caráter nordestino, que volta e meia reaparece em diferente orquestração, como forma de ligação entre as diversas seções. Uma música exuberante, com orquestração requintada, na qual podemos perceber a mistura de arroubos sinfônicos à maneira de Villa-Lobos com o refinamento orquestral de Ottorino Respighi e certo primitivismo stravinskyano”, completa.

Já a Sinfonia alpina foi escrita por Strauss na década de 1910 e é uma de suas mais ambiciosas partituras, exigindo um efetivo de cerca de 120 músicos. Não por acaso, em entrevistas recentes, o maestro Fabio Mechetti, diretor artístico da filarmônica, definiu o programa com um dos mais importantes do grupo, símbolo de sua evolução artística.

A obra descreve a experiência de escalada dos Alpes, desde o início da manhã até o final do dia. A jornada, afirmou Strauss, representa “purificação moral pela próprio força, libertação pelo trabalho, adoração da natureza eterna e magnífica”.

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