Em fevereiro de 2015, os músicos da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais subiram pela primeira vez ao palco de sua nova casa, a Sala Minas Gerais, que inauguraram com uma interpretação da Sinfonia nº 2 – Ressurreição, de Gustav Mahler.
Cinco anos depois, o grupo celebra esta semana o aniversário retornando à mesma obra, que é uma das mais importantes sinfonias do repertório, na qual Mahler pela primeira vez utiliza texto em uma obra sinfônica e trata de temas como morte e renascimento, fundamentais em sua trajetória.
A regência é do maestro Fabio Mechetti, um dos responsáveis por fazer da filarmônica, da qual é diretor artístico e regente titular, referência no panorama brasileiro. Também participam a soprano Camila Titinger, a mezzo soprano Luisa Francesconi, o Coro da Osesp e o Coro Lírico de Minas Gerais.
A Revista CONCERTO esteve, em 2015, na inauguração da sala. “O desenho arquitetônico da Sala Minas Gerais, criado por José Augusto Nepomuceno, é muito bonito, em que um amplo palco é circundado por uma plateia aconchegante. Apesar de moderadamente grande, com 1.470 lugares – para efeito de comparação, praticamente o mesmo da Sala São Paulo (1.484) e do Theatro Municipal de São Paulo (1523) –, tem-se a sensação de um espaço intimista. O interior é sóbrio, de linhas limpas, madeira clara e, no alto, paredes brancas em volumes geométricos. As poltronas exibem cores aleatoriamente variadas – cinza, azul e preto –, o que confere à sala ainda mais leveza e uma sofisticada informalidade”, escreveu na ocasião Nelson Rubens Kunze. “Sobre o palco, há rebatedores suspensos de altura variável, que auxiliam na projeção do som. Mas, se a sala é bonita, importante mesmo para a música é que ela apresente boa sonoridade, e esta é a melhor parte: a Sala Minas Gerais tem um excelente potencial acústico, revelando os sons em todas as suas dinâmicas e riquezas.”
De lá para cá, ficou claro que a chegada da Sala Minas Gerais marcou uma nova fase da trajetória da filarmônica, que ampliou suas atividades e refinou ainda mais sua sonoridade. Exemplos disso são muitos. O mais recente, a gravação de obras de Alberto Nepomuceno para a Naxos, em disco elogiado pela crítica.
A orquestra também está gravando as sinfonias de Mahler. Em entrevista no final do ano à Revista CONCERTO, Mechetti explicou a natureza do projeto. “Não é questão de competir com as gravações que estão por aí. Mas o processo de gravar ajuda a orquestra a ser melhor. É impressionante como isso cobra do músico uma postura mais profissional. Então sempre vamos usar a gravação como instrumento de melhoria da orquestra em primeiro lugar. O crescimento artístico é um ganho muito maior que a projeção que a orquestra possa ter.”
Após os concertos comemorativos desta semana, a orquestra volta a se apresentar nos dias 5 e 6 de março, com regência de Marcos Arakaki e solos de Dana Zemtsov (viola). No programa, estão a Suíte sinfônica nº 2 de Guerra-Peixe, Der Schwanendreher, de Hindemith, e a Sinfonia nº 6 de Tchaikovski.
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