Festival Interativo de Música e Arquitetura abre programação com recital no Real Gabinete de Leitura

A festa carioca pela nomeação da cidade como Capital Mundial da Arquitetura, uma parceria da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Economia, Ciência e Cultura) com a UIA (União Internacional dos Arquitetos) acabou não acontecendo em 2020.  O Rio de Janeiro abrigaria não apenas o Congresso Mundial do setor, mas teria encontros, conferências, eventos diretos e paralelos Mas um daqueles eventos artísticos vai acontecer nesse fim de 2021 e seguir por 2022: o Festival Interativo de Música e Arquitetura.

“A ideia foi ocupar pontos historicamente importantes da cidade, na arquitetura e no paisagismo”, conta o produtor Pablo Castellar. “Nesta primeira fase, de 10 a 21 de dezembro, teremos concertos no Real Gabinete Português de Leitura, Sítio Burle Marx, Outeiro da Glória, Parque Lage e a Antiga Sé, tudo com entrada gratuita.” Os concertos serão gravados e exibidos nas plataformas – também sem custo – em formato vídeo HD e na versão 360°.

Os cinco programas acompanham o espírito das épocas e dos lugares e contam com historiadores e arquitetos fazendo a contextualização. O Real Gabinete Português de Leitura – uma construção extraordinária e singular no centro do Rio de Janeiro, exemplo da arquitetura neomanuelina – inaugura a série, que segue pelo Sítio Burle Marx, o Outeiro da Glória, o Parque Lage e a Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, no centro, primeira catedral do Rio de Janeiro. As sopranos Marília Vargas e Eliane Coelho, o violonista Luís Leite, o cravista Bruno Procópio e a Orquestra de Barra Mansa estão entre os artistas.

“Algumas associações entre a arquitetura e os programas são incontornáveis, outras mais sutis”, comenta Castellar. “Por exemplo, no Real Gabinete incluiremos canções com poemas de Luís de Camões; no Parque Lage, as árias de ópera não podem faltar; o último concerto de dezembro, na Sé, terá José Mauricio e Marcos Portugal. Mas o Outeiro da Glória tem uma sobriedade arquitetônica externa e uma profusão interna que vai se refletir no programa.” Uma curiosidade é a presença de obras do regente e compositor Walter Burle Marx, irmão do paisagista que ergueu seu luxuriante sítio, no recital do violonista Luís Leite. 

A ocupação dos espaços obedecerá à ordem de chegada dos espectadores e às determinações sanitárias vigentes. O projeto do FIMA segue até maio em sua primeira edição, com novos pontos de destaque arquitetônico, incluindo a partir de janeiro ações educativas, aulas magnas, webséries e podcasts. 

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