Grupo Corpo faz temporada extra em São Paulo com coreografias de sua história

por Redação CONCERTO 18/04/2022

O público de São Paulo vai ganhar uma agenda extra do Grupo Corpo em abril. A companhia mineira, que faz habitualmente sua temporada paulistana no segundo semestre, decidiu incluir a cidade em sua turnê brasileira – eles passam por Florianópolis e Porto Alegre entre 19 e 24 de abril e chegam ao Teatro Sérgio Cardoso no dia 27.

O programa é também um passeio por duas das mais conhecidas coreografias do Corpo, criadas com 25 anos de distância uma da outra, e consideradas referenciais na trajetória do grupo: 21, que estreou em 1992, e Gira, de 2017.

Os dois espetáculos são considerados pontos de transformação da linguagem do Corpo. E o primeiro deles, 21, ainda marca a inauguração de uma das mais importantes características da companhia: foi a partir daí que as trilhas sonoras passaram a ser encomendadas e a servir de base para a construção dos espetáculos.

A trilha de Marco Antônio Guimarães, do Grupo Uakti, se baseia em combinações numéricas de 6, 5, 4, 3, 2 e 1, que, somados, dão 21 – e mistura elementos do clássico, do jazz, do popular e do oriental.

“Não há dúvida de que 21 foi o marco no desenvolvimento da nossa linguagem”, assegura o coreógrafo Rodrigo Pederneiras. “Paulo [Pederneiras, diretor artístico do grupo] decidiu encomendar a trilha e, a partir daí, adotamos esse método de trabalho. E 21 traz uma estrutura singular, absolutamente numérica; foi um conjunto de ideias artísticas que se plasmou ali.”

Gira, por sua vez, foi tida pela crítica como uma evolução do vocabulário e da gramática de Rodrigo Pederneiras. Com música do Metá Metá, se apoia nos movimentos da umbanda.

“O trabalho veio tratar da brasilidade: somos um grande amálgama, assim como a umbanda carrega África, catolicismo, kardecismo”, explica Rodrigo.

O Grupo Corpo retomou os espetáculos depois da pausa forçada na pandemia, tempo em que trabalharam remotamente e ministraram workshops – vários deles dedicados ao público dos cuidados médicos, como um presente para a classe que cuidava exaustivamente de pacientes na pandemia. As aulas tiveram enorme aceitação e foram ampliadas para o grande público. A companhia hoje tem patrocínio do Instituto Cultural Vale e da empresa Arcelor Mittal.

Cena de '21' [Divulgação/José Luiz Pederneiras]
Cena de '21' [Divulgação/José Luiz Pederneiras]

 

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