Prezada leitora, prezado leitor,

Nunca na história de nosso Pais o poder público demonstrou tamanho empenho político - com vigorosos aportes financeiros - para desenvolver um projeto de orquestra sinfônica como o da Osesp e erigir uma sala de concertos como a Sala São Paulo. A função da Osesp não se limita a mera reprodução de obras-primas do passado. A orquestra cumpre seu papel de verdadeira geradora de cultura, ao trazer de volta obras esquecidas de nosso valioso patrimônio musical e programar criações contemporâneas de todo o mundo. Claro que um projeto de tamanha envergadura e complexidade gere controvérsias e polêmicas, e é importante que assim seja (afinal, parodiando o slogan da Osesp, "a orquestra é nossa"). Mas parece unânime a avaliação sobre a importância que esse projeto tem para nossa música. A turnê que a Osesp realiza a partir do próximo dia 21 para 20 concertos em solo norte-americano é mérito e coroação de um enorme esforço de todos que, nesses últimos cinco anos, estiveram envolvidos na construção do maior projeto musical brasileiro da atualidade.

Mas nem tudo são rosas na história musical brasileira de nossos dias. Ao contrário! Grande parte dos músicos ainda tem de lutar contra adversidades, seja no meio acadêmico, nas próprias orquestras, ou no assim chamado mercado, todo ele voltado para a exploração do consumo fácil e descartável. Dentro dessa realidade, o maestro Flavio Florence, regente titular da Orquestra Sinfônica de Santo André, destaca-se pelas suas realizações e espírito construtivo. Com orçamentos enxutos, Florence mantém a orquestra funcionando há muitos anos, com uma programação estimulante que contempla concertos sinfônicos, ópera e música brasileira. Leia, nesta edição, entrevista que o maestro concedeu a nosso colaborador lrineu Franco Perpetuo.

O Concurso CONCERTO 7 Anos foi um grande sucesso com ampla participação de nossos leitores. Confira na página 27 se você foi um dos vencedores do CD da gravadora Paulus. Agradecemos a todos os participantes e desejamos tê-los conosco ainda durante muitos anos.

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Nelson Rubens Kunze
diretor-editor